Semana do Folclore - A Lenda da Araucária
- gralhaazulcultural

- 21 de ago. de 2023
- 2 min de leitura
Atualizado: 22 de ago. de 2023
Live do dia 21 de agosto de 2023
Contação da Lenda da Araucária com Miguel Augusto Calixto - Piazito da Querência do CTG Querência Santa Mônica, Colombo, 1ª RT/MTG-PR
Há muito tempo atrás... quando esse lugar aqui ainda nem se chamava Paraná... e quando não havia cidades, e sim, uma linda floresta...
Viviam por aqui muitas tribos indígenas.
Em uma certa região, chamada de Paiquerê, haviam duas tribos que eram inimigas.
Em uma delas morava um índio alto, forte e muito habilidoso que se chamava Curiaçu. Curiaçu era admirado por todos, era o melhor caçador e o mais corajoso guerreiro da sua tribo.
Já na outra tribo morava Guacira, a filha do pajé, Uma linda jovem que possuía conhecimentos de cura através das plantas.
Um dia, Curiaçu saiu para caçar sozinho, e quando estava andando no meio da mata encontrou uma onça pintada. Silenciosamente seguiu a onça até a beira de um rio.
Percebeu então que a onça estava indo em direção a uma bela jovem, era Guacira que colhia ervas por ali. Quando a onça atacou a moça, Curiaçu rapidamente atirou com seu arco e flecha matando o animal.
Guacira, se assustou e desmaiou.
Curiaçu, correu para socorrer Guacira, segurou ela em seus braços e começou a molhar seu rosto com a água do rio. Ele ficou encantando com a beleza de Guacira, assim que ela acordou e viu Curiaçu também se encantou pelo o rapaz e os dois se apaixonaram imediatamente.
Porém, alguns guerreiros da tribo de Guacira apareceram, e pensando que Curiaçu estava tentando raptar Guacira começaram a atirar flechas no rapaz.
Curiaçu levantou ligeiro e com Guacira nos braços correu mata a dentro. Mas, seu corpo estava cheio de flechas fincadas nas costas por isso perdeu as forças para continuar, pediu a Guacira que escondesse seu corpo para que os inimigos não o encontrassem.
Guacira encontrou um buraco no chão onde colocou Curiaçu, cobrindo-o com folhas secas e no caminho de volta percebeu gostas de sangue pelo chão e tratou de esconde-las para apagar os rastros.
Quando os guerreiros foram embora e já não havia mais perigo, Guacira tentou encontrar Curiaçu para utilizar todas as ervas que conhecia para curar seu amado. Ela procurou e procurou, mas nunca mais o encontrou.
Algum tempo depois, naquele exato local, surgiu uma árvore enorme, lindíssima, de tronco marrom escuro, como o dorso de um índio. Seus galhos pareciam flechas cravadas no tronco. Foi assim que surgiu a primeira Araucária, o pinheiro-do-paraná.
Tupã com pena da índia Guacira transformou ela na gralha azul.
Desde então, toda vez que os pinhões caem no chão, a gralha azul, pensando que são as gotas de sangue de Curiaçu, trata de esconder e enterrar. Nunca mais as encontra; assim como nunca foi encontrado o corpo de Curiaçu quando era índio.
Dos pinhões enterrados, foram nascendo outras Araucárias, formando assim, imensas e belíssimas floretas no Paiquerê.






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